Treinamentos são um dos pilares do sucesso de qualquer rede de franquias. Eles garantem padronização, atualizam os franqueados sobre processos, ajudam a corrigir erros e potencializam resultados. Mas existe um paradoxo comum (e perigoso): os que mais precisam, quase sempre são os que menos participam.
O treinamento não é custo, é investimento
Muitos franqueados deixam de participar de treinamentos sob justificativas como “falta de tempo”, “não é prioridade agora”, ou “já conheço o conteúdo”. O problema é que essas mesmas unidades são, muitas vezes, as que estão com performance abaixo da média, equipe mal treinada ou processos operacionais comprometidos.
Segundo um levantamento da ABF (2023), franqueados que participam regularmente dos treinamentos têm, em média, 27% mais faturamento do que os que não participam com frequência.
👉 Fonte: ABF – Panorama do Treinamento em Redes de Franquias 2023
Por que há tanta resistência?
1. Sensação de que “já sabem tudo”
Franqueados mais antigos muitas vezes acham que o treinamento é “para iniciantes” e negligenciam atualizações importantes.
2. Sobrecarga operacional
Falta de equipe, acúmulo de tarefas e urgências do dia a dia afastam o franqueado da capacitação — mesmo que ela resolva justamente esses problemas.
3. Falta de personalização
Treinamentos genéricos e pouco práticos afastam quem precisa de soluções aplicáveis e diretas.
O que uma franqueadora pode (e deve) fazer?
✅ Oferecer formatos variados
Nem todo mundo aprende da mesma forma. Combine vídeos curtos, workshops ao vivo, e-learning, PDFs interativos e consultorias pontuais.
✅ Criar trilhas de aprendizagem específicas
Em vez de um único conteúdo para todos, ofereça trilhas de acordo com o tempo de operação, performance da unidade e setor (gestão, operação, marketing, atendimento…).
✅ Integrar o treinamento à rotina
Evite conteúdos longos e cansativos. Divida os temas em módulos curtos e implemente desafios semanais que gerem engajamento real.
✅ Valorizar quem participa
Reconhecimentos simbólicos, selos de participação, rankings de performance pós-treinamento ou cases de sucesso estimulam o engajamento da rede.
E quando o franqueado simplesmente não participa?
Aqui está o ponto mais crítico. A franqueadora precisa entender que nem todo franqueado sabe que precisa de ajuda. É papel da franqueadora:
- Identificar os gaps de performance
- Chamar para conversas individuais
- Mostrar, com dados, como o treinamento pode mudar o jogo
- Acompanhar de perto e cobrar com empatia
“Treinamento é igual academia: os que mais precisam são os que mais evitam, mas os resultados só aparecem para quem participa.”
Treinamento contínuo = melhoria contínua
Você não atualiza o cardápio da sua franquia?
Você não renova sua estratégia de marketing de tempos em tempos?
Por que então não atualizaria o conhecimento da sua equipe de gestão e operação?
Treinamento não é evento, é processo. E quanto mais madura for a rede, mais importante se torna a constância.
FAQ – Dúvidas Frequentes
- Com que frequência uma franqueadora deve oferecer treinamentos?
O ideal é ter conteúdos mensais e ao menos um grande treinamento trimestral. Além disso, deve haver suporte contínuo e sob demanda.
- Treinamentos obrigatórios funcionam?
Em alguns casos, sim — especialmente quando atrelados a manuais e atualizações de processo. Mas o engajamento voluntário, motivado por benefícios reais, é mais sustentável.
- Como estimular quem sempre falta?
Identifique os desafios específicos desse franqueado, mostre com dados como o conteúdo pode ajudá-lo e ofereça acompanhamento próximo.
- Posso aplicar treinamentos diretamente para minha equipe sem passar pela franqueadora?
Sim, mas o ideal é alinhar o conteúdo com a franqueadora, para manter a padronização da marca.
